domingo, 1 de novembro de 2009

Esperança, Salvação.

“Crê no senhor Jesus Cristo e serás salvo tu e tua casa...”
Era um enorme painel pintado acima do umbral da porta e da janela de uma casa soterrada por um deslizamento no qual vitimou uma família, cujo pai, o esteio, morrera soterrado, e, que quando filmado a cena, da expectativa de repórter, vendo o versículo acima citado, pensei onde estava Deus, nosso criador?
Fiquei impressionado com o versículo acima da janela e da porta, invocando a proteção de Deus, a casa soterrada e Ele sem ter condições de resposta efetiva, deixando as toneladas de terra, ao caírem, soterrarem a casa e o homem. Vi o filho em uma entrevista, simplesmente, e, praticamente falar de um abandono total em todas as áreas da vida, tanto faz governo, em sua proteção social quanto o propósito de Deus para sua família.
Lembrei as imagens de morte por fome, na Nigéria, e, também as mortes dos tsunamis, na Ásia, e, triste escorreguei na idéia de que o homem estava só no universo. Deus se esquecera de sua criação. Os anjos e querubins partícipes da criação não mais se ocupavam com os homens. Os massacres étnicos na África também corroboravam com tal teoria, Deus se esquecera de sua criação. Os grandes terremotos e catástrofes, a maldade humana aliada a todo tipo de maldição ocorrida na terra, moradia dos homens, mostrada claramente nos magistrais poemas de Castro Alves, o Navio Negreiro e Vozes d’África, davam uma enorme sensação de solidão cósmica. Ouçamos a voz do poeta:
Ele nos traz na imagem de um albatroz a imagem vívida da aproximação do vôo do pássaro até chegar ao tombadilho do navio negreiro:
“Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho, em sangue a se banhar
Tinir de ferros... estalar de açoites ...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar.
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães.
Outras moças, mas nuas, espantadas
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoas vãs.
E ri-se a orquestra irônica e estridente...
E da ronda fantástica a serpente faz doidas espirais...
Se o velho arqueja e no chão resvala,
Ouvem-se gritos e o chicote estala
E voam mais e mais...
Esse é um trecho de grito de revolta de um poeta que continua em “Vozes da África”:
“Deus! Oh Deus onde estás que não responde?
Em que mundo, em que estrela tu te escondes,
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...
Entrei nessa. Onde estás, meu Deus? Tanto horror, tanta maldade, tanto domínio do mal, e, nós indefesos entre a eterna luta do mal contra o bem, como se fossemos, apenas uma casca de noz ao léu, no imenso mar da vida.
De repente, compreendi que os caminhos não são só de Deus e sim uma complicada combinação entre Deus, o destino, e, os homens. O homem tem uma grande participação, com seu livre arbítrio, no final da realidade social dele mesmo. Compreendi que o homem é quem decide, com suas decisões, o futuro da humanidade. Nisto consiste a grande responsabilidade do homem sobre o planeta e o universo. Nós fazemos os nossos caminhos. Infelizmente fizemos um que se não repensado gerará o fim do planeta e do homem.
Maranata, Senhor, talvez, aí haja uma esperança, uma salvação.

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