sábado, 7 de novembro de 2009

Humberto Michiles

Um café sempre é bem vindo. Um café forte, sem açúcar é claro, e, em boa companhia, boa conversa, ganha conotação de descanso, aprendizado, coleguismo, e, sobretudo, como no caso de ontem à noite, uma cola a mais na consolidação de uma amizade antiga.
Tenho estima por homens que conseguem impressionar outros. Conheci diversos, mas, um dos mais importantes, não por cargos ou riqueza, mas, por sua singeleza e compreensão da vida e da política, pois, não galgou super-cargos nem angariou tantos bens materiais, como instrumento de paz, ordem e progresso, e das mais diferentes necessidades humanas, principalmente aquelas dos interiores amazônicos onde o sofrer e a felicidade convivem de forma espetacular, servindo como verdadeira universidade a ensinar a compreensão, em sua totalidade, do ser humano em suas mais variadas formas e estilos.
Falo de um amigo de adolescência, amizade consolidada através dos tempos, quando íamos, sempre juntos, como irmãos, ao Colégio Batista Ida Nelson, naquele tempo colégio e não instituto, chamado Humberto Michiles, ou melhor, Darcy Humberto Michiles. Esse nome Darcy, que ele carrega com orgulho, pois, herdade de seu pai, implica em fazer valer o esforço desmedido de um Homem, com H, na colonização de uma das mais importantes cidades Amazonense, Maués. É uma história bonita, digna de edição, nos idos do começo do século XIX. Lhano, seu pai, palavra empenhada, nunca voltava atrás nem se dobrava ao lenho dos poderosos. Herdara de seu pai, o velho Donga, a fazenda, mas, preferia a luta política pelo bem viver dos seus conterrâneos, às vezes, à custa de desgastes sem par, mas, que redundaram em algo maior, a paz em sua consciência, a ciência do dever cumprido.
Esse exemplo de tenacidade, vibração constante em servir e servir bem o povo de sua terra, Humberto, o Beto, como é conhecido, e a humildade que transpira nas mais variadas situações, como ter que compreender um ato ou atos de pessoas cuja veleidade é simplesmente tumultuar, roubar, e não como querem parecer, ajudar as pessoas em suas necessidades mais básicas, como a educação, por exemplo, área em que ele transita com desenvoltura, como fora um PHD, na saúde, na administração transparente e sem dolo, herdou de seus ancestrais.
Conta-se em boca miúda, que o velho Donga, avô do Humberto, uma vez, prometeu ajudar alguém em uma campanha para deputado estadual, e, para sua surpresa seu filho Darcy, o pai de Beto, resolveu na última hora se candidatar e foi pedir ajuda ao pai. Não obteve tal ajuda, o velho Donga tinha apalavrado que o Fulano teria seu apoio e assim foi feito. Por uma palavra dada negou apoio ao filho, a política, a vida e toda sociedade necessita de homens assim.
Herdeiro de fato e de direito da honestidade, da vontade em servir, da lealdade, da verdade, e, do sonho de qualquer homem público, que ame seu próximo como a si mesmo, de deixar um legado, um laivo, no seu povo, que é o das boas providências, das boas legislaturas, das boas administrações, e a boa consciência de ter contribuído para um futuro melhor, sem um nímio esforço.

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