sábado, 28 de abril de 2012

BRs.

Estou em Boa Vista, capital de Roraima. Vim de carro. A estrada outrora esburacada agora completamente recuperada, lembra outras estradas, de lugares mais adiantados. A camada de asfalto mais grossa, equipes de manutenção trabalhando sem descanso ao longo de toda sua extensão, dá uma sensação de que finalmente os dois Estados, Roraima e Amazonas, ficarão bem servidos em seu uso. Questão de ano atrás essa mesma estrada estava tão deteriorada que tentando atravessa-la, quebrei, literalmente, um Citroen, um carro feito para boas estradas. Tive que vende-lo. Esbravejei, reclamei para todos os conhecidos, mas, todos pareciam apoiar a cronicidade com que as autoridades lidavam com estradas no Brasil, isto é, anos e anos sem nenhuma perspectiva de resolução dos problemas das vias terrestres no país. Então, com todo trecho da estrada sem buracos, sem problemas, parecia uma visão, um sonho, um estado surreal. Vim aproveitando a viagem com suas magníficas paisagens, a entrada e saída da reserva indígenas. Dentro da reserva um bando de curumins haviam derrubado cachos de buriti e iam empilhando-os na beira da estrada que na retidão infinita da estrada mostrava só mata e só céu azul sem fim, o verde e o azul e caminho retilíneo da estrada. Uma cobra, acho que uma jibóia, de uns três metros descansava, misteriosamente, na beira da rodovia me dirigindo para o outro lado da pista. Susto, mas, tudo bem. Um caminhão transportando aproximadamente umas cem toneladas, lentamente subia uma encosta e atrasava toda fila de carros que acumulava-se atrás. Na lentidão da andança fiquei imaginando o quanto benéfico era se houvesse uma fiscalização de balança, para pesar e fiscalizar melhor este abuso praticado pelos gananciosos que usam os caminhoneiros pagando-lhes para massacrarem a estrada com seus caminhões transportando além do permitido. Com a rodovia totalmente recuperada, depois de tanto tempo, a hora é de pensar-se em manutenção para a alegria dos dois Estados, ambos interessados na fluidez normal, na logística e na prosperidade Estatal, portanto, na incrementação e melhoria comercial de ambos. Com a melhoria da rodovia parece que o fluxo de carros nas cidades do caminho aumentou significativamente. Agora dá gosto viajar de um Estado ao outro o que proporciona um tráfego saudável e útil para a população. Tomara, oxalá esta disposição governamental estenda-se também para a BR-319 que liga Manaus à Porto Velho, assim restaurar-se-ia todo escoamento e entrada de produtos entre esses dois Estados, Amazonas e Rondônia. Assim seja!

domingo, 22 de abril de 2012

Alexandre Filho

Hoje é um dia muito especial para nossa família: há trinta e quatro anos nascia-nos o primogênito, nosso tesouro, nosso primeiro amor. Homem, simples porque nasceu nu, altivo porque sobreviveu às intempéries de ter nascido prematuramente e sobrevivido, humilde porque soube conduzir-se sem os louros da primogenitura. Estamos de parabéns por ter por perto tão seleto amigo e filho. Seleto porque dificilmente algum nascituro cresceria com tantos dons, com talentos sempre à disposição de quantos ele queira bem. Somos, também, gratos à Deus, nosso Pai, por todas as bênçãos que juntos recebemos através de sua vida: Grande são as tuas obras, oh! Senhor e intangíveis Teus pensamentos. Magníficos e insondáveis são Teus caminhos. Temos gratidão porque ouves nossas súplicas, respondes nossa oração, oh! Deus de Israel, ou seja Deus de Jacó. Presente sempre estás, em todos os momentos de nossa vida. Lá estava aquele ser tão pequenino, em nossas mãos, entregue a Ti, oh! Senhor do tempo e do espaço, para se tornar, hoje, um homem completo, rico em bênçãos e prodígios, louvado sejas Tu para sempre. Parabéns para você, Alexandre, Nesta data querida Muitas, mas, muitas felicidades Muitos anos de vida... São nossas esperanças, e, solidez de nossa fé, filho muito amado: Alexandre Pai, Socorrita, Natássia, Alexandre Neto, Enzo, Davi e Maysa, Gabi, Leonardo, João Gabriel, Guilherme, Manoel do Carmo e toda sua Família, Joca e Paulinho, Fátima, Dani, Neto, Rubelmar, Peta, Maria Alzira, Nahydinha, Olinto Pai e Filho, Cinara e Lucca, Marcinho e Rafaela, Humberto Michiles, que te manda um abraço, todos os teus amigos daqui e dai, serafins e anjos, alegremo-nos com toda força da alma neste dia especial, pois, há trinta e quatro anos atrás o Senhor pôs no mundo um Homem.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Angústia, clamo a Ti...

Oh! Senhor, estou cercado de lobos,
Querem cerrar seus dentes em minhas carnes,
Assombrosos são seus rostos e riem de mim,
Quem são e porque agem assim, oh! Senhor dos céus?,
Oro e não respondes, te procuro nos "amigos" e não os tenho,
O vazio se apossou de minha alma, fez-se escuro,
Uma luz, virtual, aparece,
Lá longe vejo uma luzinha, socorro bem presente na angústia,
Porque todos se afastam e riem de mim,
Dizendo, não é este que era para ser e não é,
E, agradecem a Deus por não serem como eu, impuro, mentiroso,
Desamparado por Deus, que de tanto ouvir súplicas,
Não as ouve mais.
Inclina teus ouvidos para mim, oh! Senhor,
Me dá livramento dos falsos amigos, dos malvados,
Enfim, me dê paz,
Me vitória, porque, preciso mostrar que não perdi coroa,
Ainda sou príncipe em tua casa, Oh! Senhor, Deus altíssimo...

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Macaco velho não mete a mão em cumbuca!

Há uma força, sem nome inteligível, ainda sem cálculo de quanto, em seu ápice, sua capacidade de impactar e causar impressões no objeto fim, pode realmente mudar o cenário inicial. Não é preciso pensar muito para entender que o mundo não pode prescindir dessa força monstruosa, que tem ao longo da história e do desenvolvimento do homem na terra mudado rumos, liberado compaixão, formado mudanças de opinião, conseguido paz aonde não haveria paz, ânimo no lugar de desânimo, perdão onde não cabe mais paciência, sonhos onde não se quer mais, entendimento onde a regra é cizânia, e, principalmente, a compreensão que todos somos iguais, sem distinção alguma, somos completamente pecadores, falhos, ínfimos no discernimento, mentirosos no falar, mistificadores, invariavelmente secos e vazios, o que dá lugar para que o enchimento da alma seja somente amontoados de lama e restos de mal apanhados dentro de nossas e de outras almas.
O nome que poderíamos dar a esse sentimento é o Amor. Nada seremos e seríamos se em um lugar escondido do coração ele por lá não estivesse estimulando nossa consciência para a paz, para o entendimento, para a compreensão de que, em sendo nós, todos iguais, devemos todos nos esforçarmos para ajudar-nos, mutuamente, a evoluirmos até atingirmos a altura perfeita, aquela de Jesus, nosso Senhor, aquela onde o ódio, a ira, as desavenças, as interpretações erradas, mesmo as corretas, a maldade feita e conduzida de propósito, as ingratidões, o esquecimento da história vivida em comum, enfim, tudo de ruim, não pudesse mais atingir-nos e somente dar-nos a exata expressão do real relacionamento, onde os novos não afogassem os mais velhos, estes, construídos tijolo a tijolo ao longo de longa história, resultando em construção sólida, às vezes com muito sofrimento, sobre rocha e não sobre areia onde logo aparece todos os defeitos e acaba por ruir toda construção, como ensinou-nos nosso divino Mestre.
Construamos e continuemos a construir nossa história solidamente, dando e recebendo Amor, prioritariamente aos nossos velhos amores.

sábado, 7 de abril de 2012

Páscoa 2012.

O vazio que preenche o coração do homem parece algo sólido, pesado e inexoravelmente parecido com o vazio de antes da formação dos mundos, lugar aonde Deus se encontrava. O vazio é algo que não se conta porque é nada, onde não existe nada, nem positivo nem negativo, massa ou éter ou qualquer coisa mensurável, qualquer forma. No relato bíblico, Deus "pairava sobre a superfície das águas...", mas, antes era o vazio, não existia nada. Vamos supor que o nada se referisse a essas partículas visíveis que conhecemos hoje como átomos, mas, tão condensados e compactados, dentro do mundo de Deus, buraco negro?, e o incrível trabalho nos elementos sub-atômicos, que mais tarde gerariam, em suas expansões o universo que é. Fora deste mundo condensado a tremenda solidão, um espaço que não havia porque não era nada, não comportava nada a não ser algo impensável como os buracos negros, aspirações, repuxos do nada e de onde sairia, em sua explosão, o mundo que hoje vemos. Bilhões de anos de solidão total, de escuridão, até que, no tempo de Deus, os elementos sub-atômicos, o mínimo que se possa conceber, os menores, gerassem formas, luzes, corpos, e no ápice dessa maravilhosa criação: a consciência, posta em uma das menores e frágeis criaturas, o homem, com capacidade de armazenagem atos e fatos, um genoma que carregasse suas especificidades, e, principalmente raciocinasse, fazendo e realizando suas vontades.
O coração, mente humana, está no vazio, tão insolitamente desconhecido quanto o de Deus, antes da criação, paralelos de difícil cruzamento. Vazio diferente apenas no nível psíquico, emocional, em Deus o tudo, apesar da solidão crônica, em todo resto da criação a agudeza da profunda solidão compactada num mínimo espaço de tempo, na brevíssima vida dos mortais. Angústias, dores, sofrimentos, desorganização, produtos da visão, foco, desenvolvida ao longo da história, sempre negativamente, por falta do conhecimento total das coisas, o rumo certo para a felicidade, promessa diabólica, no Éden, "no dia que comeres(do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) certamente sereis igual a Deus, conhecendo o bem e o mal...", e, o homem não conheceu nada, a não ser a estrada de um aprendizado lento e doloroso, tentando preencher o enorme e massacrante vácuo existencial. O humano vem lentamente, através de complexas transformações químicas , bioquímicas e biológicas, melhorando, nos milhões de anos da existência de vida no planeta, e, tentando reorganizar seu comprometimento maior na criação: conhecer e ser conhecido. Aqui não vale a retórica cristã da simples confissão que Cristo salva a alma angustiada, pecadora, transgressora, de suas mazelas, porque a simples confissão não exonera o homem de conscientemente conduzir "sua nova vida" no veio moral e ético produzido da necessidade social de convivência pacífica. Sua essência sempre será massacrada e o seu "natural" reprimido. A vontade da alma será massacrada por outras vontades o que impede a realização pleno do conhecimento gerando vergonha e diminuição como criatura.
O homem tem tentado explodir seu "buraco negro", isto é, desesperadamente, ao longo da história, preencher seu vazio com alguma criação sua, como Deus fez, e nunca o faz porque não tem onde fixar seu foco, sua visão, por falta de conhecimento, assim, relacionamentos, trabalhos, pesquisas, todo tipo de armazenagem de conhecimento, comércios, indústrias, amores, servem apenas para trabalhar contra si próprio o que gera profundos problemas para a sua própria vida no planeta , como guerras, destruição da natureza, enfim, todas suas ações são usadas para auto-destruição, como uma forma de anular-se, de sentir-se rejeitado na criação. Esse vazio tem um peso, que é o maior que se possa imaginar, pois, é a condensação de todos os elementos, toda matéria, nesse pequeno ponto no espaço, que é nossa consciência(o salmista diz: "o que é o homem mortal para que Deus se lembre dele...?), a qual será renovo a partir da experiência de Jesus, com seu corpo ressurrecto, diante de uns discípulos totalmente ignorantes quanto essa enorme e linda possibilidade. Os laços da compreensão e do jugo(falta de conhecimento) rompidos gerando novas possibilidades, quebrando a ignorância, novos caminhos de vida e de felicidade, a consciência conhecendo e dando-se a conhecer num espaço de tempo impensável. Um novo tempo, uma nova consciência a partir de um novo fato, a ressurreição, isto é, a transformação de nossos corpos em novos corpos(consciências) capazes de assimilar e compreender fatos que agora não compreendemos. Esta é a mensagem da Páscoa: Jesus ressuscitou e agora vivo está, porta aberta para novas e vibrantes experiências, nossa esperança e fé.
Feliz Páscoa!

domingo, 1 de abril de 2012

Vida bem vind

A pessoa, por si só, busca infindas batalhas, travadas em sua privacidade, no âmbito profundo de sua alma, entre o racional e o inconsciente, onde prevalece o nada, as sombrias convicções de que o nada, o desligar-se, onde o mais longe é o que vale. Depressão cada vez mais funda, mortificando a alma e dando a impressão de prá sempre, só vale o que é e o que é, em todos os níveis, machuca, gera sofrimento. Dor de cabeça, somatização que dá vontade de sair e não mais voltar, ficar deitado ali, na pedra, olhando o infinito, desligando-se da central, ficando longe, cada vez mais longe, nenhum vínculo com a vida. Viagem insólita, incomunicável, individual, sonho tenebroso, luz no fim do túnel, gosto de fel, loop de pesadelo, volteios e voltas da mente num giro estonteante.
São ondas, como as do mar, batendo na janela de seus olhos, vento forte, o sal criando uma crosta na retina, visão desfocada, arrepios porejando suores frios. Gargalhadas longínquas, sussurros de gemidos d'alma, sílabas sem fonemas, sons abstratos imagens vultuosas. Latejamento, idas e vindas, dor e alívio, luzes piscando, mulheres com seus seios lá embaixo e tendo em suas pontas um menino tentando mamar nada e olhando prá mim com os olhos bem grandes gritando por socorro, o que aumenta a vontade de voar, de sumir. Mulher, esposa, filhos, netos pisando em areia movediça, gritos, som sem voz, de repente, calmaria, leveza, será? Dormi, adoeci ou morri?