sábado, 30 de janeiro de 2010

Mossoró.

Conheci as termas de Mossoró. São termas acolhedoras e na época administradas pela competente rede hoteleira Novotel. Chegamos, eu e minha família, por volta das 16 horas e a calmaria quente do Rio Grande do Norte nos deu a certeza de que um bom relaxamento era necessário para ganharmos forças para a continuidade da viagem rumo à Natal, o que faríamos no dia seguinte. Entramos e depois do check in fomos direcionados aos nossos alojamentos, uma enorme suíte de frente para as termas, o que muito nos agradou, pois, dali poderíamos monitorar as crianças que incansáveis não paravam de correr e brincar. Agora mesmo estavam diante de um enorme lago artificial onde alguns patos nadavam seguidos por seus filhotes o que divertia em muito a eles que queriam ir atrás deles não sei bem por que.
- Pai, olha os patinhos. Vamos, entre naquela canoa, quero ir atrás deles. Era a Maysa, minha filha do meio, que falava pulando e puxando minha calça querendo me endereçar para a canoa.
- Espera um minuto, Maysa, não sei se podemos usar a canoa. Um minuto, por favor, disse eu, tentando acalmá-la, diante de tantos puxões na calça.
Depois de autorizado por funcionários entramos todos na canoa e remamos até onde os patinhos nadavam. Quando fomos percebidos a mãe pata, numa tentativa de defesa, instintivamente, afastava-se ligeiro, célere, de onde estávamos e nós morosos no remo levávamos algum tempo até aprumarmos a proa na direção deles e quando nos aproximávamos eles nadavam mais rápido para outro lugar e foi assim a brincadeira. Brincamos um bom tempo na canoa atrás dos patinhos e depois fomos conhecer as piscinas termais que eram realmente muito originais. Devia ter umas oito piscinas uma sendo abastecida, por águas quentes, por outra logo acima desta, de maneira que uma verdadeira cascata de água quente provinha da piscina logo e imediatamente acima. A água é claro ia esfriando a medida que descia e caía na imediatamente abaixo e a enchia na íngreme encosta onde as piscinas estavam alocadas. Quando as águas chegavam à última delas a temperatura era realmente muito agradável.
Experimentei quase todas à exceção da primeira cujas águas evaporavam muito rapidamente dando a impressão de que era muito quente. Que sensação de descanso uma terma faz ao nosso corpo. A mente descansada juntamente com o corpo forma um bom motivo e incentivo a um retorno termal.
Na última piscina, a mais fria, os arquitetos desse projeto haviam posto no meio dela uma espécie de barzinho que servia de tudo, desde água até churrasquinho, sanduíches, etc... Então, ficamos ali descansando, nadando, comendo até perto do meio da noite, e, depois, fomos dormir descansados para quando acordados, na manhã seguinte chegarmos até o mar em Natal.
Como é bom viajar, conhecer outros lugares, outras gentes, outros sabores, outras paisagens, e, sobretudo, como é bom estarmos perto de quem se ama.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Férias 2010.

Após um período de férias retorno ao gostoso hobby de escrever. Contar coisas de meu coração, da vida e do que observo como conclusivo e que de alguma forma possa ajudar alguém a pensar em determinados assuntos.
A casa ficou cheia, tiriaga às dores da vida e do mundo. Todos os filhos novamente reunidos tanto no natal quanto na entrada de ano novo.  Os netos com suas gracinhas, puerícia sadia em infindas brincadeiras no condomínio do prédio. Piscina, quadras, jogos de toda espécie, transformaram as férias deles e as minhas em verdadeiro ninho de felicidade e de vontade de viver, explico melhor, na verdade queria que o tempo parasse como o tempo da terra do nunca. Tudo congelado ali, naquele lapso de tempo e que aquele momento fosse a eternidade, era meu desejo, mas, apesar do desejo o tempo continuou sua caminhada sem parar, fazendo da realidade da separação novamente um fantasma real, palpável, ali zombando de nós, eu e Socorro, olhando a volta da normalidade dos dias de branco cheios de saudades.
Mesmo agora no vazio do apartamento ainda ouço as vozes alegres e eternas dos meninos tanto netos quanto filhos e nora. Queria ter uma prebenda que me desse condições de diminuir o espaço entre as férias, patrocinando sempre esses encontros tão agradáveis, claro que é só um desejo do fundo do coração solitário.
 - Vô, te amo – é a vozinha do Enzo trazida pelos ventos rápidos e quentes de Roraima. Está no telefone e acabou de chegar de volta à sua nova moradia em Boa Vista. Quer que eu vá lá jogar Mário em seu DSi; - Sou o melhor, continua ele, com uma voz cheia de desafio e de carinho. – Fale aqui com o Xandre... Tchau, te amo e não me deu tempo de responder que também o amo.
- Oi, vô. Sou eu, o Alexandre Neto. Estou brincando com meus colegas de rua, mas, estou com saudades daí. Tchau, eles estão me chamando. Te amo, vô.
- Ei, digo eu, eu amo vocês também, não demora e vou aí brincar com vocês, digo para um telefone onde só se ouve o som de descontinuidade.
- Vô, vamo brigá?
É o João Gabriel que está me puxando pela calça querendo brincar de briga. Tem sangue de lutador. Meu cunhado George pensa nele como um grande jogador de futebol. – Vai ser um meia direita ou talvez um grande goleador, não sei, mas, vai ser um grande jogador de futebol.
Olho para ele, pequerrucho, com as mãos fechadas como um mini lutador de boxe, fedelho me encarando, levando a sério a briga. Rio e rio alto de tanta petulância do menino.
Tento, sem sucesso, imaginar o futuro. Todos os netos já crescidos, formando e crescendo seus próprios mundos e sei que fantásticos mundos, e, eu ali tentando entender a enorme capacidade criadora desenvolvida ao longo dos anos de estudo e da reação ao estímulo da concorrência. O João, não um jogador de futebol, mas, um pensador, criador de mundos que não posso imaginar. O Alexandre Neto engenheiro mecatrônico, com seus carros avançadíssimos, cruzando os céus da cidade em velocidades inimagináveis. O Enzo, sim, comunicativo, incrivelmente “sarado”, fazendo graça com a bola, alegre, sabendo o que quer da vida. O Guilherme no meu colo chama-me de volta a realidade. Chora, pois, está na hora de comer, e, logo, urgente. Em seus dois meses, ainda não sabe fazer outra coisa a não ser comer e dormir, se preparando para o futuro que agora parece tão longe e que na verdade está bem aqui, tão perto.
Olho para o horizonte, de minha varanda, e vejo o futuro que não estou preparado, como eles, a entender e ter. Conformo-me e volto para a solidão do meu coração.  

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Prá não dizer que não falei do Natal e do Ano Novo.

O tempo não para, é como as águas de um rio, que, nunca param de correr, em suas andanças. Alguém já disse que uma pessoa não se banha duas vezes no mesmo rio. É porque as águas não param de correr, assim como o tempo, que, jamais pára.
O natal chegou e com ele todas as formas vis de comemorar algo tão tradicionalmente sagrado, o nascimento do menino-Deus, a encarnação maior de toda a verdade da vida, ou seja, o próprio Deus visitando e morando, habitando entre nós, e, nos conscientizando de nossa imensa responsabilidade enquanto habitantes de um planeta que requer uma relação especial, por ser especial, e, por isso, necessitando de atenção especial, aonde o homem não seja o centro de uma criação que já fora redentora na sua própria origem, à imagem do Criador. A velocidade das informações, os questionamentos pós-guerra a respeito de questões e de novos conceitos, por conta dos maus laivos deixados pelos ancestrais, a tecnologia avançadíssima criaram nichos comerciais que são explorados à exaustão, nesta época, nos constrangendo a entrarmos em uma massa consumidora, ansiosa para mostrar nosso sucesso aos nossos pares e grupos sociais e religiosos, aonde vivemos e nos relacionamos, mostrando nossos novos carros, nossos novos sapatos e vestimentas, cabelos, maquiagens, bolsas, viagens, e, tudo mais que cheire a superficialidade, nos enganando do objetivo final da comemoração da data, que, seria a comemoração natalina, o espírito, ou consciência de que em algum lugar e em alguma época nos nasceu o Redentor. É tão sutil nosso espírito natalino que pensamos que comprando e distribuindo presentes à carentes anulamos quaisquer atos ilícitos ou maus que tenhamos feito. Aumentamos consideravelmente o préstito de consumidores compulsivos, ajudando a levarmos a termo, considerando uma visão micro cósmica, a vaidade de termos no ano que finda sido homens de sucesso, bons de cama e ruins de dieta, nos obrigando a vendermos uma imagem de bonzinhos quando na verdade somos ondas de motivação que partem de nosso interior e sim de movimentos totalmente externos e que determinam nossas condutas. É isso que acontece numa visão de hoje do ser humano em todo mundo. Numa visão macro vemos países determinando a submissão em todas as áreas da vida de outros que estão necessitando, permanentemente, de ajuda em todos os sentidos da vida. Da vaidade de ser potência surge toda a corrupção, desenfreada, que acomete a todo o planeta, e, que está presente em todos os lugares. Isso determinou a vida em 2009, guerras, com o comércio de armas, tsunamis com a falta de sensibilidade de autoridades que podem modificar, ou mesmo evitar que tais catástrofes aconteçam, redes de contrabando de toda espécie, enfim, tudo que possa ser determinante de poder e status. A afetação é geral e atinge todos os poderes de um país. Aqui no nosso, infelizmente, assistimos, desolados, momentos de grande tristeza com alguns  líderes e seus assessores, malignos a se locupletarem com roubos e verbas ilícitas, verba esta tão necessária em áreas sensíveis como a educação e saúde. Grandes foram as catástrofes e pecados em todo planeta. Como dizia a um amigo meu, simpatizante do espiritismo, que teimava em fazer loas à evolução humana, que o ser humano não evoluiu, pelo contrário, involuiu, pois, nos milhões de anos da existência do homem no planeta, nunca houve um ápice de tanta ruindade e malvadeza como agora no mundo. Não há bondade, só maldade, não há evolução, apesar da tecnologia, das criações, dos novos aparelhos de TV, dos novos livros, o Klindle, das tendências sociais, da sofisticação no vestir e calçar, nos novos carros e aviões, navios, nas novas músicas, nos novos meios de comunicação, nos novos pensamentos, nas novas filosofias, nos modos se comunicar, nos novos estados, nas novas cidades, aonde o massacre estatal é enorme, onde o superficial é o que vale, pois, se inaugura uma nova escola, sem professores, ou com professores com ordem de obrigatoriamente, se diz a boca miúda, passar todos os alunos, jogando no mercado de trabalho profissionais totalmente desqualificados, os novos conceitos de atendimento médico, onde o que vale é a falta de diagnóstico, buscado na loucura dos exames complementares e das cirurgias desenfreadas, enfim, só nos resta gritar como o poeta:
- Deus, Oh! Deus onde estás...?
E, lá no final do túnel, uma luzinha brilha. É natal, nos nasceu o Redentor, apesar da tristeza de vermos pessoas, famílias, cidades, estados e países, destruídos, por vontade própria, pensando ser o centro, ou coroa da criação, como querem alguns, o que necessita, urgentemente ser revisto, pois, Darwin tinha razão, por isso, a Luz, brilhando grita:
- Mas para a que estava aflita não haverá escuridão. Nos primeiros tempos, ele envileceu a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos fará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios.
O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz.
Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando se repartem os despojos.
Porque tu quebraste o jugo da sua carga e o bordão do seu ombro, que é o cetro do seu opressor, como no dia de Midiã.
Porque todo calçado daqueles que andavam no tumulto, e toda capa revolvida em sangue serão queimados, servindo de pasto ao fogo.
 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.
Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos exércitos fará isso.

Talvez a época do natal, posta à Cristandade não seja essa de Constantino, 25 de dezembro, talvez, o foco do natal esteja corrompido, talvez o homem tenha se distanciado muito do sonho inicial, de regeneração e purificação da raça, independente de quem quer que si seja, mas, que, a idéia de melhoria, de evolução espiritual, pregada por Jesus, permaneça e continue a brilhar e a gritar aos profanos do templo:
- Parem, pensem, é tempo de recomeçar. Deixem de ser centro e comecem a amar mais. Amem a seus próximos como a si mesmos...
Amém.
Feliz Natal e um bom ano novo.