sábado, 28 de novembro de 2009

Guilherme, meu professor. A vida é breve.

Estou todo besta. Meu quarto neto, Guilherme, é uma pessoa muito especial. Ele fica horas, intervalos entre as mamadas de três horas, dormindo e nos ensinando que a disciplina é tudo na vida para quem quer seguir uma boa forma de viver, sem cobranças e sem direcionismos onde o que conta realmente é a pureza e a leveza da vida que se está vivendo. Pode ter o barulho e os sons mais estranhos para acordá-lo, ele está ali para desdizer o tal barulho, dorme tranquilamente e nos dá a lição de que a vida pode balançar de um lado para outro, nos sacolejando de um lado para outro, que o que vale é a forma de vermos tal borrasca e a certeza de que ela vai passar e que logo tudo vai estar bem novamente fluindo de maneira satisfatória, nos dando a felicidade de podermos viver em uma sociedade, a nossa igreja, de modo a agradar a Deus.
Ele, agora, está dormindo, seu irmão João Gabriel saiu com o pai e a casa está em um raro momento de paz e tranqüilidade. Não há choro, nem gritos de protestos pedindo ou gritando por comida, não há protestos por posições de dormir, enfim, não há requisições disso ou daquilo. A prioridade sempre vai ser os meninos; lembro do Alexandre Neto, agora com onze anos, com seus desejos, suas vontades, todas efetivadas, na medida do possível, e, também seu substituto imediato, o Enzo, com seu cabelo e vontades bem compridos e também satisfeitos na medida do poder. Eles estão aqui comigo, uns pessoalmente, como o João Gabriel e o Guilherme, e outros ainda chegando perto de mim como o Alexandre Neto e o Enzo, me dando a felicidade total, aquela que é preenchida pelas presenças dos filhos e netos, mas, daqui a pouco preenchida efetivamente por todos os filhos e netos presentes aqui.
O Guilherme ainda não consegue ver nada, mas, percebe, este sentimento superior, aquele aonde não há erro, pois, a pureza é a principal fonte de todas as emoções. Ele consegue saber ou perceber, com dois dias de nascido, quem está perto, se quem está ali é bom ou não, se é capaz de supri-lo de alimento, de paz, de companheirismo ou não. Fantástico, fico fascinado a cada nascimento de criança, pelo menos dos meus, com a capacidade de percepção do que é ruim ou não, do que é bom ou não que cada um tem, inerentemente. Por isso Jesus dizia:
- “Deixai vir a mim as criancinhas, porque, deles é o reino dos céus...”
É a pureza e a única forma de acusar os adultos de estarem devendo a vida a essa pureza, pois, todos esses corrompidos e adulterados, são como que perdoados pelo nascimentos desses inocentes que insistem em chegar ao mundo, tão leves e puros que a única coisa que conta para a vida é a alimentação na hora certa, a certeza de que está sendo bem cuidado e protegido.
Guilherme me diga o que fazer com tantos problemas e confusões, que acho que na sua tranqüilidade você tem as respostas para todos os problemas de nossa pequena, curta e tão sofisticada vida.
Perdi o fio da meada e encontrei-a novamente em você, Guilherme. Oriente e proteja nossa vida, como diz seu nome. Diga-me o que fazer.
Maranata, Senhor.

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