sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cardume.

Era um cardume volumoso. Todos os peixes se curvavam e prestavam loas à liderança do grande peixe. O peixe era gordão, inchado, rico, e, cheio de vida, rodeado de peixes, subservientes, a toda hora, e, tendo o que quisesse a todo o momento. Ele fora guindado a esta fase de sua vida depois de muito trabalho, muita corrupção, muito roubo de todas as maneiras, que iam desde idéias tiradas de outros, até a criação de um imposto, quando teve poder, para poder custear suas necessidades que eram tantas e caras. O séquito era enorme e precisava de manutenção diária. O robalo, o pirarucu, a sardinha que tinha evocado sua popularidade como suporte a manutenção de poder, o peixe pedra, a orca, com sua fama de má, assassina, e, assim, com seu enorme poder de persuasão, com seu tamanho gigante, raivoso, e, que agora prestigiava o tubarão como rei dos mares, mas, que armazenava em seu coração a vontade política de ser o rei, o maior e líder de todos os peixes que compunham o vasto reino submarino onde o maior era medido pela força física, disposição de vencer e desinibição quanto o desvaler das sinceras e dignas fontes de administrar o reino. O desazo, de ver a realidade e de ter o poder de transmitir aos outros, do tucunaré era de dar pena. Os outros companheiros bem que tentaram apoiar, no começo, as idéias inovadoras dele, mas, depois, perceberam que o tubarão, à força, determinava o ritmo e o destino dos demais.
O medo e o pensamento negativo de que nada dava certo quando se ia contra o que determinava o tubarão, começou a ter uma espécie de reação positiva entre os peixes comuns. Tinham pena do tucunaré porque ele tinha os mesmos pensamentos deles, mas, afirmavam que o destino era maior e que não tinha jeito, tinha que ser como o tubarão determinava.
- Amanhã o tubarão quer todos os peixes do reino só comam o que tiver oxigênio na composição alimentar, pois, ele julga que outros componentes são perniciosos à saúde, disse o pirarucu ao bodó, que, estava justamente cavando uma toca para alojar um aparentado que chegara de Belém, e, que não tinha onde ficar. Escolhera um barranco perto do seu, lugar seguro e tranqüilo onde a poluição e maus elementos ainda não tinham chegado.
- Quem ele pensa que é para querer mandar até na nossa comida?
- Ele é o rei de todos os peixes e devemos obedecer, primo, senão, não sei o que pode acontecer.
- Ele que se dane. Temos um banquete nos murerus e marquei para hoje ao anoitecer, essa festa, e, não vou mudar só porque ele quer. Os convidados sabem a delícia que é comer algo que contenha nitrogênio e oxidantes na composição.
- Tome cuidado, as paredes têm ouvidos e contam tudo...
- Pouco ligo para elas.
- O tubarão é um peixe ruim e péssimo quando se sente traído ou acuado. Tem poderes políticos e está muito bem com os outros peixes que concordam com tudo que ele diz.
- Sei que existe molecagem, que consiste em perseguir os outros que são inocentes forjando provas quando não há evidências. Se alocam provas onde elas não existem.
- Só estou dizendo, tome cuidado, porque hoje tudo é muito difícil. Que até as estrelas, que nós não vemos daqui debaixo d’água, são testemunhas contra nós que fazemos corretamente nossas obrigações. Ainda existe, também, peixes ruins que aproveitam isto que estou dizendo para fazerem-se passar por bons peixes sem serem.
- Que os céus caiam sobre o mar e rios se um dia isto não for revisto e a justiça não for feita.
Um dia a festa do tubarão acaba e a liberdade de expressão e de ser, vai ser a tônica da felicidade, da comunhão entre os peixes, grandes e pequenos, e, que em todas as águas seja obrigado a felicidade fazer parte integrante da vida de todos os peixes do mar ou de água doce ou seja do lugar que for.
- Veja os peixes inocentes não podem sair às ruas e viver, têm que ficar trancados em casa, em suas tocas e recintos de dormir sem reclamar, pois, os dono das ruas é mandam. Eles espalham o medo com suas forças e com suas substâncias viciantes e estão em todos os lugares, vigiando e determinando quem passa, quem pode e quem não pode. Quem é e quem não é.
- Ah! Um dia isto acaba. Um dia poderemos sair e nadar para onde quisermos, à vontade, falarmos o que quisermos e termos nossa vontade de ser, realizados em qualquer circunstância. Não podem dominar comunidades para sempre. Vamos nos organizar e colocarmos todos eles para fora do reino.
- Vamos ter fazer uma eleição.
- Tais brincando. É claro que isto nunca vai acontecer. Eles que mandam. Somos apenas um grupo em menor número. Um dia isto muda e poderemos votar em peixes realmente honestos e que se preocupam com toda a população em qualquer mar ou rio do globo terrestre.
Maranata, Senhor.

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