quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Café da Manhã.

A mesa era farta. A tapioca com manteiga, derretendo na quentura da tapioca, convidava para o início do café da manhã. O suco de cupuaçu gelado, em sua acidez, delicioso, viera junto com o sanduíche de tucumã, a carne de sol, a macaxeira frita pra ser comida com manteiga, pães com ovos e tucumã, e, também com queijo e presunto, pupunha, suco de maracujá, café preto, leite quente, ovos mexidos com salsichas, fatias de abacaxis, de melancias, água mineral.
O marido pegara o sanduíche de tucumã e colocara nele a metade dos ovos estrelados, que estava em um prato, correspondendo à metade, e, depois começara a comê-lo. O acompanhamento era o suco de cupuaçu. Começara a falar dos políticos e seus escândalos, mas, com o cheiro das comidas e já com o sanduíche nas mãos, simplesmente, procrastinara a conversa e dera uma dentada faminta.
A mãe pusera uma quantidade de pupunhas e macaxeira frita em um prato e também começara a comer. Preferira o suco de maracujá. A sogra estava pensando que o melhor seria comer a carne de sol e vendo que ninguém se interessara por ela, colocara umas fatias em um prato, adicionara macaxeira frita e bebericava café preto.
As conversas definitivamente ficaram para depois.
Na mesa do lado um americano e sua mulher, olhavam curiosos para a variedade de pratos e comparavam as fotos do menu com os pedidos da animada mesa lateral.
- Waitress, eu querer igual esta, e, mostrava a foto do que ele estivera olhando e desejando.
O lugar era agradável, possuía um playground e as crianças, deixadas lá por seus pais, e, observadas pelas empregadas, se divertiam no escorregador, no pula-pula, nos roliços corredores aéreos, feitos de corda, pendurados entre uma passarela e outra. Quando em vez uma mãe vinha conferir o cuidado de sua empregada ao seu filho e vê se estava tudo bem.
Na primeira fila, à direita, um homem pedira suco de buriti, e, sua esposa um açaí gelado. As garçonetes andavam quase correndo de um lado para outro na pressa de atender bem os clientes. A supervisora, de longe, controlava tudo de maneira que nenhuma das mesas ficaria sem seus pedidos. Por trás do enorme balcão de madeira enxergava-se, através de grandes janelas, a cozinha com seus cozinheiros trabalhando arduamente para confeccionarem os pedidos que vinham de fora, do salão. A fumaça não parava de sair dos exaustores.
A sogra agora começara a cortar em fatias a melancia que viera bandada ao meio. O marido e a mulher tomavam café com leite e comiam mistos.
- Este café regional daqui é muito bom.
- Essa pupunha é muito gostosa e os sucos são muito bons.
- Provem esta melancia, está uma delícia.
- Será que tem algum tipo de doce? Perguntou o marido.
- Moça, por favor, você tem algum tipo de doce que possa recomendar? Perguntou ela a uma das garçonetes que passara por lá.
- Temos doce de cupuaçu com doce leite, com chocolate, temos também doce de buriti, bolo podre, bolo de macaxeira, bolo de tapioca, mouses de manga e de açaí e de maracujá.
- Ah! Vou provar o bolo de tapioca e o doce de buriti.
- Eu também vou querer, mas, quero bolo de macaxeira, disse a sogra.
- Eu, agora, vou tomar um café preto, somente.
Os americanos de deliciavam com seus pedidos. Pouco a pouco as mesas foram ficando desocupadas. Algumas iam sendo preenchidas novamente, mas, dentro de pouco tempo a área do café regional estava ficando deserto. O enorme salão ficara vazio e o trabalho agora era deixá-lo preparado para outro dia. Era quase o meio do dia. O calor estava ficando insuportável, suplicando para que outro dia chegasse trazendo os fulvos e amenos raios do sol da manhã de outra manhã, propícios para um bom café da manhã.

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