segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ser ou Ter: Eis a questão.

A visão dos seres humanos por outros seres humanos é sempre baseada em uma imagem vendida e imagem comprada. Se a pessoa está bem vestida, barba bem feita, aparência de bem sucedido, linguagem moderna, sorriso impecável, dentes branqueados, mostrando bom humor toda hora, tudo transparecendo sucesso total, cabelos engomados, pele limpa, então, esta pessoa é a melhor pessoa que existe, é interessante em todos os assuntos, disponível para ajudar os outros, mas, para manutenção dessa aparência, é necessário gastos, às vezes, altos, pois, tem o custo de tudo que é visível, incluindo o tipo de carro, a grife da roupa, o cabeleireiro, o dentista, o médico, os sapatos, onde trabalha, como conversa, como compra, como vende, com o que se preocupa, o que faz, com quem namora, com quem casou, os filhos, como nasceram, onde estudam, o motorista, o barco, o avião, quanto paga de imposto de renda. Tudo regulando a vida e a imagem vendida dessa pessoa. Ela vive para isto, para vender imagem de boa pessoa e quanto mais vaidosa ela se torna mais insensível à realidade dos outros seres humanos, das verdadeiras necessidades, do que era para ser, enquanto seres humanos.

Fulano era meu amigo, mas, agora está diferente, pois, o mesmo não tem mais tempo para os outros, o trabalho lhe absorve o tempo todo, nem para a família ele tem mais tempo. Só trabalho, só trabalho. Está ficando rico, ou já é rico. Rico de saúde, diz ele. Deus é comigo, pois, me deu tudo que é material. Tudo. Só falta tirar este enorme peso da minha consciência, da minha vida, tenho um vazio impreenchível, uma vontade de ajudar, ser igual a irmã Madre Tereza, Mathin Luther King, Gandhi, Jesus, etc, Ah! Como eu queria, mas, não posso, já entrei para uma igreja, visito os doentes, mas, acho que nada preenche minha alma. Eu preciso de algo que não sei o que é.

Conheci um homem que a alma era cheia de amor, de compreensão, de piedade, de compaixão, de livramentos, de sonhos, de esperanças, onde o que menos importava era o ter, e, a vida era plena, seu semblante, seu sorriso, suas ações, diziam isto. Ao seu redor a Luz resplandecia, iluminando a negra escuridão, a vida das pessoas, amenizando o fardo de carregar a sua própria humanidade.

Devemos viver plenamente todos os momentos que Deus nos dá, sem importar se estes momentos vão acrescentar bens materiais ou não à nossa vida, mas, servindo ao próximo, contribuindo para o bem da humanidade, deixando marcas indeléveis na vida que só válida se vivida para a servidão ou preenchimento das necessidades de nosso próximo. É melhor Ser que ter.

- Louco, hoje pedirão tua alma e o que tens guardado para quem será? – Jesus perguntou.

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2 comentários:

  1. pow gostei muito desse texto.
    todos nós somos tentados a ter, e quando temos, naum nos conformamos e queremos mais. vira vício e destrói a alma.

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  2. Creio que o homem sempre cai no laço de viciar-se em si mesmo. Ter se torna um imperativo inexorável que carcome o melhor que se tem pra o buraco negro do consumismo desenfreado. Já vi casais ricos imobilizados pelo afã de ter, que não se curtem como casal, e que nunca usufruem os bens que possuem. Sim, Ser vale mais que o Ter, e isso, pouquíssimos já descobriram na rotina amortecida de suas pobres existências

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