segunda-feira, 18 de maio de 2009

Edifícios Antigos de Manaus - Castelinho



fotos: Olintho Cabral

Começo hoje a publicar uma série de crônicas, entendida como um registro no tempo, sobre os  prédios antigos de Manaus. A idéia, como sempre, é de despertar os pensamentos e novas idéias e saídas para problemas e indagações inerentes ao ser humano e o modo da sociedade se comportar, neste tempo, diante de momentos que afligem o dia a dia de todos nós seres humanos. O desprezo pela história arquitetônica e portanto da própria História, tem se mostrado um terrível golpe para a compreensão e ajuste, dessa História, para as gerações futuras. Alguns prédios, propriedades de pessoas físicas, estão à mercê do tempo, porquanto, abandonados, sendo que neste caso a ajuda, para a cidade, por parte dos governos, deveria ser de parceria para que a cidade fique cada vez mais bonita. Outros, como o Castelinho, escolhido por mim, para ser o primeiro da série, tiveram a sorte de ter suas originalidades preservadas por seus donos.  Espero contribuir, assim, de uma forma ou de outra, na conscientização cultural da cidade

Manaus é uma encantadora cidade situada na margem esquerda do Rio Negro e que possui uma das mais belas arquiteturas urbanas do norte do país,  com seus prédios, imponentes e quase todos restaurados e conservados, na sua originalidade. O Palácio da Justiça, o Palácio do Governo, e, o principal ícone do turismo baré, o Teatro Amazonas, e, alguns velhos casarões, engrandecem a cidade com seu carisma turístico. Dentre esses prédios antigos e mais belos destaco um que gosto muito e que me chama atenção por sua imponência, sua forma de palacete e a incrível capacidade de resistir ao tempo, é o Castelinho, da rua Barroso. Depois de sofrer uma restauração em 1993, o prédio guardou literalmente suas características originais. Como se pode ver nas fotos, as grades, feitas de ferro fundido, e seus trabalhos cerâmicos continuam a desafiar o tempo, juntamente com o madeirame e gessos dos tetos e pisos e escadas internas. Foi construído no final do século 19 e começo do 20.  




                  

Impressiona a beleza dos detalhes e o carinho com que os proprietários atuais, sr. Olinto e Nahyde Cabral e seus filhos, Olintho e Márcio Cabral, cuidam da manutenção, tentando sempre guardar a originalidade. Hoje o Castelinho abriga em si um restaurante self service muito bom, original, pois, só de estar localizado neste prédio já ganha um charme que nenhum outro tem. A criação de pratos originais, como o do acarajé de pirarucú, uma deliciosa invenção  de Olintho Cabral garante a sofisticação provinda da mistura da criatividade e clima de tão amena e pacífica arquitetura e que se estende nos serviços, no atendimento. Almocei, algumas vezes, lá. Além da deliciosa comida, minha visão não se farta de olhar os detalhes de tão belo prédio.

A alma de uma cidade reside no povo e nos lugares públicos, residências, prédios do serviço público, bares, igrejas, restaurantes, portos, aeroportos, etc...; se não houver cuidado constante, na sua manutenção, ela adoecerá e aos poucos morrerá.

A restauração de alguns outros belos prédios que estão necessitando urgentemente de uma reforma no centro da cidade justifica a crônica, porque, isto é turismo e cultura e se não feita, enfeia a cidade, e, mata-se a História, no caso, a nossa História.


Um comentário:

  1. Acho oportuna a iniciativa dessa série. Comungo da mesma preocupação como o abandono das construções antigas de Manaus. Muitas estão sendo devastadas pelo tempo inclemente. Outras, como um palacete lindíssimo semelhante ao mencionado nesta crônica, sitiado aonde é hoje o comum e deselegante edifício Maximino Correia. Lamentável troca. Dou o maior apoio a tua idéia de publicar crônicas que nos despertem para a solução desse problema em nossa cidade.

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