sábado, 16 de maio de 2009

Margarita.


Saímos às cinco horas da manhã rumo à Margarita, a ilha paradisíaca do mar do Caribe Venezuelano. Estávamos em Santa Helena do Uairém, a primeira cidade venezuelana depois da fronteira com o Brasil. Pacaráima, a última cidade do Brasil, ficara para trás. A manhã anunciava sol forte, calor insuportável, mas, àquela hora uma névoa cobria toda a superfície do vale e corria um vento frio que incomodava e nos deixava mais acordados, mais vivos. Levantei o vidro do carro e liguei o ar condicionado para vinte e dois graus. Acabáramos de ter um bom café da manhã e com disposição nos direcionamos para as montanhas que cercam Santa Helena e logo depois da primeira subida entramos no que se chama de savana venezuelana. Ao amanhecer a vista é incrivelmente bela. O dourado do sol emergente da linha do horizonte espalha-se pela savana. A retidão dos campos se perde na vista, mostrando uma espécie de grama retilínea como se tivesse sido aparada por uma máquina super uniforme, gerando uma visão única, linda de se ver. Aqui e ali a silhueta de uma montanha, lá no horizonte, coberta, no cume por imensas ondas de nuvens, se mostra acinzentada, enorme, como se fosse monstro vindo passeando pelo imenso campo. A pureza do ar impressiona e me faz ficar mais forte e feliz, lá ao longe as garças branquinhas brincam e se alimentam na pradaria. Os nelores ruminam neste enorme campo aberto.

Acabamos de chegar a Puerto La Cruz, uma cidade praiana e rica. Cheia de refinarias e de uma intensa movimentação. São milhares de carros entrando e saindo da cidade, transitando em todas as direções. Estou no guichê de venda de tickets para o ferry boat, navio de transporte que nos levará até Margarita. O navio é um pouco antigo, mas, muito mais novo que os outros que também fazem este percurso. Em duas horas já estamos na ilha, na maior alegria e sentindo o cheiro do mar invadindo, vindo de todas as direções, o carro, e alimentando nossa alma de satisfação. Ficamos como de praxe no Margarita Resort Hotel. Apesar de termos a tarde toda para irmos á praia resolvemos descansar da viagem e irmos mais tarde ao shopping da ilha, o Sambil. O movimento é grande. Gente vinda de toda parte do mundo, ingleses, americanos, franceses, japoneses, chineses, indianos, árabes, canadenses etc.., invadem nesta época do ano todos os espaços da ilha aumentando muito o tráfego nas ruas e comércio, restaurantes.

As ondas da praia El aqua, nos saúdam quebrando na costa da ilha com o barulho característico. A tenda, que nos protege do sol, presa firmemente por barbantes e fios de nylon sacoleja sob a pressão do vento forte. Os pelicanos e gaivotas voam baixo nos saudando e ao mesmo tempo pescando para a alimentação própria e dos filhotes. Um navio passa paralelo à praia, lá ao longe. Um teço-teco passa fazendo barulho e com um banner atrás fazendo propaganda de um supermercado. As crianças se desesperam para entrar no mar. Um jovem nativo oferece pranchas para que os meninos surfem nas ondas da arrebentação. Outro, pérolas para a feitura de colares e penduricalhos. Os garçons dos restaurantes da beira mar andam com os menus gritando o quanto o seu restaurante é o melhor. O tempo passa e sinto que tudo ali, neste fantástico equilíbrio requer a feitura e o cuidado de Deus. É tarde, é o último dia na ilha. Temos que arrumar as coisas para voltar à nossa casa. O sol vai se pondo no horizonte. Temos que voltar para a realidade. O sol nos mostrará o caminho. 

Um comentário:

  1. Nunca fui à Margarita, mas do modo poético como tu falas, dá muita vontade de ir.
    Quem sabe portas se abram?
    Texto super bacana!

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