domingo, 25 de outubro de 2009

Parabéns à Manaus.

Ontem foi aniversário de Manaus, capital do estado do Amazonas, Brasil, fez apenas 340 anos. Não ligo muito para aniversários, me dá um gosto de contagem regressiva em direção ao fim. É assim com os meus próprios e não me sinto à vontade com o gesto mecânico dos parabéns a você nesta data querida. Sempre aconteceu, em todas as comemorações de nascimento, as pessoas mais próximas fazem festinhas surpresas que, obviamente, já deixaram de ser surpresa. Os cabelos mais brancos, as rugas, as gentilezas das pessoas mais jovens, a comparação com os contemporâneos, e, vendo neles a maldade do envelhecimento reconheço que tudo se encaminha para o endereço mais correto do mundo: o cemitério.

O bom é que o envelhecimento embute nele mesmo, amadurecimento. A cor, os fatos, na visão amadurecida de quem fica mais velho, ganha nova tonalidade e interpretação menos impulsiva, da realidade do que na fase mais jovem. Manaus não foge à regra. Cronologicamente, para uma cidade, é ainda muito nova, mas, amadurecida precocemente por fatos e realidades que ao trazerem sofrimentos trouxeram em seu bojo, sabedoria. Longe dos demais centros urbanos do Brasil, ilhada por rios, por isso sua rede rodoviária não existe, seu acesso e saída só pode ser feito via aérea ou fluvial, o que a torna uma menina-moça desejável, até por sua situação geográfica no meio da floresta tropical, pulmão do mundo, de tanta capacidade de produção de oxigênio e seu armazenamento.

Manaus situada na margem esquerda do Rio Negro, abriga em seu ser o Distrito Industrial, pólo industrial de alta performance e funcionando desde de 1967, quando foi criado, saindo de uma posição provinciana e entrando na era das cidades em fase de crescimento com uma forte violenta explosão demográfica, desde então. É claro, que há nessa posição um retraimento de seus habitantes naturais cedendo espaço para os milhares de migrantes, que nem que numa corrida do ouro, fluíram para cá e tomaram praticamente as rédeas de todas as áreas, seja política, comercial, industrial, mas, com tanta heterogeneidade, com idéias administrativas tão diversas e modernas a cidade explodiu em crescimento real. Neste pequeno período de vida do Distrito Industrial houve um renascer da cidade. Se compararmos o número de habitantes da Manaus de antes de 1960 para cá, o aumento é astronômico, o que para um espaço físico cercado de águas e sem planejamento em seu crescer, acabou por transformá-la em uma metrópole distorcida, mesmo os administradores importando todo know-how em administração de cidades de outras mais velhas e também com seus problemas próprios, como se nunca pudessem ser resolvidos, pois a complexidade que solidifica com a migração interiorana à procura de melhoria de vida, a falta de educação efetiva, a falta de vontade política na resolução dos problemas mais simples, juntamente com a corrupção desenfreada, concorre para a não solução, em nenhuma cidade, de seus problemas básicos como água, luz elétrica, asfalto, tráfego de carros, abastecimento e educação.
Como disse tenho ojeriza a parabéns. Não tenho dia nem hora para presentear quem merece ser presenteado, assim, tocado no fundo do coração por pessoas que perguntam por tal presente, só posso me render aos apelos e dizer:
- PARABÉNS MANAUS QUERIDA.

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