quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O que será?

Confesso que não sei o que escrever nesta crônica ou conto, sei lá. Só sei que quero escrever. Assunto não falta. Deus é um bom tema. Mães, também. Filhos, noras, netos, esposa, maridos, pais, irmãos, histórias de infância, de cidades, de viagens, livros, autores, pinturas, pintores, política, políticos, pastores, padres, histórias de vida, enfim, quaisquer que sejam os assuntos são de bom tamanho, sempre a nos ensinar como viver ou como morrer, ou como esperar, ou como, pacientemente, experimentar a vida, vivendo intensamente o momento que se vive.
Lembro que sem os ensinamentos que recebi de pai, mãe, tios, irmãos, primos, parentes, e, não parentes, amigos da hora, e, de sempre, seria muito difícil viver a vida que vivo. É uma vida que aos trancos e barrancos se solidifica a cada dia como uma boa vida vivida, considerando o que é fundamental para se viver, o amor demonstrado por carinho e cafunés físicos, a quem pode dá-los, e, psicológicos, emocionais que talvez sejam a maior expressão de amor, pois, este, não depende de toques e visão corpórea, somente da visão da alma.
Quando comecei a namorar, minha primeira namorada, tive-a por volta dos treze anos, foi com a mesma intensidade de energia que hoje despendo com minha família que cresci ao longo do tempo, e, lá se vão trinta e tantos anos. Casei com outra moça, minha esposa todo esse tempo, tão linda quanto a minha visão da primeira namoradinha, mas, muito mais consistente no amor e na amizade que se firmou ao longo do tempo. Filhos, netos que já são três e outro chega agora em novembro para completar nosso time de quatro netos e três filhos, sendo um homem e duas mulheres. Dedico-me totalmente a eles. Meu tempo existe e rola ou desliza como um rio em seu leito, somente para eles. O tempo, ainda bem que não existe, me deixa deslumbrar minhas projeções genéticas do futuro nos rostos e gestos dos pequenos e grandes rebentos.
Estou pensando, emocionado, enquanto escrevo, como será viver para sempre em suas mentes numa imagem forte que não se desvaneça com o transcorrer do tempo mensurável que nós inventamos. Minha vida agora ensombrada por suas outras, imensas árvores fortes e plantadas em terra fértil e próspera, me dá a impressão de ter completa minha missão na vida. Inúmeras possibilidades de viver eternamente aparecem e sonham em existir nessa eternidade de gestos, vontades, trabalhos, esculturas, pinturas, escritos, frases, sonhos fisicamente e emocionalmente transpostos corporeamente e nos psiquismos de cada um dos descendentes.
Já sei o que escrever. Escreverei sobre minha família e o amor que dedico a ela. É, é um bom assunto. Acho que Deus gostará de saber que conscientemente escolhi ser assim, embora uma parte genética de taras e vontades me puxe para outros lados mais obscuros, mais sensíveis à mentira e à falta dessa espécie de amor que acredito seja o amor maior que tanto alegria e felicidade me têm dado nesses anos de convivência com ele. Apesar dos puxões sinto-me umbilicalmente ligado a esse impulso fixo através do amor de dá-lhe, à família, toda felicidade do mundo, esse entendido como todas as possibilidades e oportunidades que tenho e que ainda terei na vida.

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