segunda-feira, 12 de outubro de 2009

12 de outubro.

É o dia das crianças. As crianças acabaram por merecer, na história, um dia só para elas. Talvez, porque os adultos tenham que lembrar a eles próprios que as crianças, no dia a dia, não têm a atenção devida, e, que por isso necessitam de um dia especial para tais ações. Acho também que serve para lembrá-los que um dia eles também foram crianças e que as atuais merecem dias melhores que os deles. Ou talvez o disparador desse dia seja mesmo o comércio, motivado a cada ano pelo aumento das vendas dos brinquedos, o carro chefe do dia.
Este dia não é uma data padrão no mundo todo. Alguns países têm suas comemorações diferentes da nossa data. Ela foi criada por um deputado federal em alguma época atrás, por volta de 1920, com o intuito de presentear algumas crianças e acabou por se disseminar pelo país afora, através da Johnson e Johnson em conjunto com a Fábrica de Brinquedos. Primeiro instituíram a semana da criança, sempre com o intuito de aumentar-lhes as vendas, depois, e, finalmente, o dia da criança no dia 12 de outubro. A ONU preconiza este dia para 20 de novembro, data que é comemorada a aprovação dos Direitos da Criança, que preconiza a proteção dos rebentos antes e depois do nascimento, estabelecendo direitos específicos para todos infantes.
Teve um dia das crianças, talvez em 86, que ao deixar estacionado meu carro em um estacionamento no centro da cidade fui assaltado e os ladrões levaram-no, mas, exceção à parte, meus dias de criança sempre foram muito bons. Meus pais nunca relaxaram a dádiva de presentear-nos nesse tão importante dia, do ponto de vista das crianças, pois, na verdade o que conta mesmo é o ser presenteado, não importando o valor, pois, o que satisfaz a todas elas é o ter sido lembrada pelos pais ou por alguém que sustente a segurança, ou que pelo menos tente dar amor.
Na rua que morava, há muito tempo atrás, em um dia desses, ganhei uma réplica de um carrinho. Quando cheguei à rua para exibi-lo verifiquei que o presente mais vistoso que por lá aparecera era um avião enorme, ganho pelo Salsicha, um menino maior que morava com os avós. O que senti foi apenas isso, a sensação de que existia a possibilidade de presentes bem maiores e mais vistosos que de outras crianças, nada mais que isso, pois, a satisfação de ter recebido o meu era suficiente e preenchia de alegria o meu coração e acredito o de todos que recebiam a lembrança de seus suportes com respeito e amor.
Agradeço a Deus a benção de ter recebido, durante a puerícia, os presentes amorosos de meus pais. Sei que bilhões de crianças no mundo inteiro não os recebem por falta de oportunidades dos pais, tios, avós, e suportadores, e, que por isso, talvez, não os suporte também emocionalmente, pois, até uma folha de mangueira pintada disso ou da aquilo é um forte presente em quaisquer épocas desde que condimentado pelo Amor. Vale dizer, então, que o que vale é o gesto e não o presente e se deduz que o dia das crianças existe sim, mas, existe diariamente, não especificamente em uma data, mas, efetivamente diariamente, e, que a educação, ou o investimento em educação é o melhor presente que pais ou governos podem dar às crianças para a formação de um mundo melhor.
Maranata, Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário