sábado, 12 de setembro de 2009

Textos.

Para escrever sobre qualquer assunto é necessário primeiro conhecer o assunto, depois, ter a veleidade de escrever sem a máscara do engano, sem inana entre o saber e a realidade, resultando em um texto claro, compreensível no todo e que não requer esforço de quem ler para interpretar, sem os sestros do repetir à toa.

Gosto adquirido tardiamente, não consigo mais passar um dia sem escrever o que sinto sobre determinados assuntos. Tenho escrito, ou procurado escrever desde minhas memórias, ad ovo, até os dias atuais, agora aos cinqüenta e sete anos, com textos dos mais variados tons e cores, como uma nuvem de borboletas coloridas que um dia, durante uma viagem de carro, acometeram sobre o carro que dirigia, mas, que gerava uma multicor e alegre, esvoaçante congregações delas. Lindo, pensava eu. A vida deve ser sempre assim, colorida, disposta e aberta a todas as tendências, alternativas, sonhos, esperanças e amores, onde se possa esperar a formação de um só pensamento, de uma só vida, em todos, alvos e metas.

Tenho conversado com algumas pessoas que não encontram paz em suas vidas, vidas descoloridas, filhos infelizes, filhos da solidão, filhos do esquecimento, filhos dos que não são bem vindos. A visão turva dessas pessoas nos reporta a uma situação em que o mar não quebra na praia, o céu é sem nuvem, a goiabada é sem queijo, e, o desespero é total, não caminhos para serem seguidos. Não há esperança, e, o texto que sai dessa forma de vida é turvo, opaco, sem claridade.

A força da palavra oral, não tem a mesma força da palavra escrita. A escrita eterniza o pensamento, a oral é volátil. Os grandes mestres conseguiram transladar seus pensamentos através da oralidade e tinham certo temor da palavra escrita, pois, considerava-a uma forma morta de expressão. Tenho tentado e me esforçado para relatar retratos da realidade que vivo. São retratos às vezes bons, que transmitem bons fluídos e outros que, ao contrário, transmitem negatividade, desesperança, pois, depende da visão da realidade.

O tempo, na velocidade de agora, passa muito veloz, e, quase não cuida de nos deixar pensar. A informação é tão célere, pois, se sabe exatamente na hora do acontecido de tudo o que acontece no mundo todo em fração de segundos. É necessário que se pare para poder se pensar. Tenho feito isso. Exponho aqui minhas idéias e pensamentos. Escrevo em livre dispor das palavras, do jeito que elas desejam serem inseridas no texto, soltas como as borboletas que referi acima, me condicionando a escrever sempre de forma mais limpa possível o que penso, forçando sempre a uma interpretação do texto mais apurada e inegavelmente predispondo o leitor a pensar nos mais variados assuntos.

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