sábado, 18 de julho de 2009

O olhar carismático e o olhar sedutor

Os olhares são espetaculares no que diz respeito tanto ao olhar carismático quanto ao olhar sedutor e o quanto eles influem na inter-relação com as pessoas. A linha que as separa é muito tênue. Tenho observado que o olhar cativante e seguro dos carismáticos são sem dúvida alguma algo que preenche as necessidades demandadas em qualquer relacionamento, seja profissional, amoroso ou mesmo de uma amizade, ou que conduz à permanência desses relacionamentos e no final sempre é positivo. Conheço pessoas carismáticas que ao sorrirem, olharem, apertarem as mãos, conseguem o que ninguém conseguiria se fosse tentar fazer a mesma coisa, normalmente. A segurança dos gestos, do olhar, do pensamento, do modo de vestir, da ética, da moral, é acompanhante do carismático. Normalmente a pessoa carismática sempre está acompanhada por outras que vão orbitar ao redor dela. Não é necessário que se diga nada, basta estar-se ao lado para comprovar que tudo o que era vago está sendo preenchido pela presença física do carismático. Todos se sentem bem, os problemas são resolvidos, os sonhos realizados, o carismático cumpre o seu papel.

Quando em um momento qualquer e sentindo-se ameaçada em perder ser o centro da atenção, quando isto acontece é um problema, a pessoa carismática tenta seduzir os outros ou o outro com um olhar que certamente vai ser compreendido, com um gesto que vai ser percebido, por uma palavra que ela mesma não queria dizer, e, a magia da sedução começa a ir em uma direção completamente diferente daquela do carismático e pode ou não progredir. Se progredir o que era amizade, simpatia, empatia passa a ser algo mais profundo e dependendo do estado dessa pessoa pode ser massacrante para ela mesma, confundindo e misturando todo tipo de sentimento e ela se perde e perdendo deixa ou perde, quase sempre, o poder do carismático, tornando-se um cínico. A pessoa perde o brilho, emaranhada em um mundo que só ela sabe o que se passa, mas, que depois os outros vão saber, ou perceber. É impossível “se tampar o sol com uma peneira”. O olhar que era só sinceridade e compaixão transformou-se em um que alimenta o seu ego. Tem que ser meu só meu, e, quando conquista o objeto da sedução não tem mais o que conquistar, onde se aprumar logo percebe que se não retroceder a sua primeira condição de luz para os outros, ela terá que conquistar seduzindo os outros infinitamente. É da minha personalidade, diz, em uma resposta a ela mesma. Pode acontecer de a outra pessoa interpretar que ela está afim de um relacionamento mais profundo, quando na verdade ela só quer ser o centro das atenções, e, insiste o conquistado, em querer ter também quem o conquistou. Conheço pessoas que se envolveram, destrutivamente em situações sérias, pondo em risco todo o carisma com que nasceu, e, às vezes, um relacionamento que já está consolidado como seu.

Carisma é dom de Deus. Sedução é uma saída do carisma para a conquista, para ser dono, da pessoa, do objeto conquistado, uma tentativa de continuar sendo o centro das atenções, pelo menos na visão dela própria. Em algumas pessoas, a reflexão do acontecido as retorna à origem, mas, nem sempre é assim, por isso, é preciso reflexão, sempre, pois, o mais importante é ser você mesmo, seguro, sóbrio, inteligente, não conquistando, mas, sendo admirado pelos outros, como verdadeiras luzes a iluminar a vida de quem orbita a seu redor.

Eu mesmo, quando em vez me pego enfrentando o problema: ser ou não carismático? Ser ou não sedutor. O que realmente impulsiona a vida? O ser carismático ou ser sedutor? Acho que o mais importante é ser muito simples, ser somente homem e mulher, é ser sempre você mesmo, em qualquer situação. Simplesmente, amando e sendo e sendo amado sem auto afirmações. Seja mais carismático que sedutor. Seja, enfim honesto consigo mesmo, e, viva a vida intensamente em cada segundo que Deus lhe dá, você será feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário