quarta-feira, 10 de março de 2010

Orgulho não, simplicidade sim.

Lembro-me, agora, de uma estória contada por um amigo acerca de como devemos ser humildes e não orgulhosos.
A brisa do rio era perfeita embora um pouco úmida, quer dizer, a umidade relativa do ar estava alta naquela tarde. Devia beirar os 95 porcento. Aqui e ali uma ave sobrevoa-os. O barulho do remo em seu ritmo era monótono. Essa era uma região onde os rios eram largos e neste momento eles estavam no meio de um deles. Os dois rapazes estavam alegres, contentes de poderem estar novamente juntos, pois, havia algum tempo que Marcos saíra para estudar na cidade grande e Estevão ficara, no batente, trabalhando duro, na fazenda.
- Rapaz, Estevão, passei este tempo todo fora estudando e valeu a pena. Estudei matemática e seus números e fórmulas, a física, a geografia, a química e seus elementos químicos, a Histórias com todos os dados de como viviam os nossos ancestrais no começo e no seu desenvolver, a psicologia, a sociologia, a antropologia...
- Anto... o quê? Marcos?
- Antropologia, estuda o homem e seu comportamento na História e o seu desenvolvimento ou não em determinadas situações, Estevão.
- Caramba, Marcos, isso é difícil, pois, não?
- Ah! Dei um duro, rapaz...
- Puxa a vida...
- Olha como as nuvens estão ficando escuras e o rio está se agitando, heim, Estevão?
- É, vai chover muito forte.
- A nossa canoa é tão frágil e rasinha, não é?
- Sim, e a Matemática, é?
Estevão estava se sentindo totalmente menosprezado pelo amigo, sem nenhum reconhecimento por seu trabalho de tanto peso, literalmente, na fazenda, para que ele, Marcos, pudesse estudar na cidade grande. Como ele mudara pensava Estevão. Deixara de ser aquele amigo inseparável e com valores parecidos com os seus, onde o que valia era viver a vida no momento e muito bem vivida. Marcos agora era cheio de problemas e enigmático. Não era mais a mesma pessoa. Estava muito orgulhoso de seus estudos a ponto de simplesmente ignorar sua amizade.
- Lá onde você estudou você aprendeu a nadar? Marcos.
- Bom, não. Não sei nadar, respondeu ele. Por quê? Perguntou perscrutando algum tipo de problema.
- Não sei como você vai usar o que aprendeu aqui, porque, a canoa está afundando e eu sei.
Marcos olhou para o fundo da canoa e viu que ele estava quase todo tomado pelas águas que não paravam de entrar, enchendo a canoa. Pensou nada daquilo que aprendera tinha algum valor ali naquele momento.
Não sei o que aconteceu depois, só sei que aprendemos uma grande lição com os dois amigos:
Devemos ser sempre humildes e simples, e, nunca orgulhosos disso ou daquilo, pois, nada vale a pena a não ser viver intensamente a Vida a qual é simples e não exige sofisticação. 

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