terça-feira, 2 de março de 2010

O poeta

Tenho que desdizer-me, mas, não faz mal desdizer-me. O que disse ontem não é, não aconteceu. A Maysa me ligou dando conta de sua desistência cirúrgica. Explicou-me sua ansiedade acerca da cirurgia e de sua conseqüente desistência. Fiquei aliviado porque estava longe sem poder dar-lhe suporte psicológico e físico. Não há uma necessidade de urgência, assim, aconselhei-a a esperar até julho, quando a programação pode ser melhorada.
Alegro-me com todas as possibilidades de ação por parte de Deus. Pensando bem foi melhor assim.
Hoje cedo deixei os meninos no colégio, cortei meu cabelo e tratei de achar um eletrônico para consertar o helicóptero do Enzo, presente caro que logo quebrou, mas, ainda passível de conserto.
Flagrei o Alexandre Neto em sua primeira poesia. Tentarei recitá-la de cor, é mais ou menos assim:
Nasci e moro em Boa Vista
Alguns dias meus vizinhos chamam-me a brincar
Outros viajo para Manaus
Fico perto de meus parentes e dos shoppings
Quando volto quero logo brincar
Um dia, quando eu crescer
Vou ser prefeito de Boa Vista.
Argüi, com ele, sua origem, já que ele nascera em Manaus e não em Boa Vista como disse. Ele me respondeu que era a criação dele, entendi que era uma mistura de personagem e ele mesmo. Deixei como estava e batizei o poema de “Um dia...”. Sei que o artista, se assim, a vida o encaminhar, vive da arte de mascarar as coisas e fazer, mesmo assim, os outros aceitarem como verdadeiro sua venda de imagem. Pensei, ele só tem onze anos de idade, idade boa para a criatividade. Navegue Alexandre, navegar é preciso, assim como viver também o é. Seja o talvegue de seus conhecidos e amigos, ombro amigo, pronto a consolar, e, portanto, ser consolado também, fortaleza de vida, luz a iluminar a sua e outras estradas, laivo de integridade. É o meu desejo do fundo do meu coração e aí você poderá ser prefeito de Boa Vista, seja lá qual cidade seja ou esteja. Boa sorte.
Está quase na hora de deixar a Mega e ir buscar os meninos no colégio. O tempo passa tão rápido que mal deu para escrever estas linhas. Até amanhã, se Deus quiser, Megafarma e seu café.

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