sexta-feira, 9 de abril de 2010

À noite os gatos são pardos...

Quase morri de rir, entre um gole e outro de café, ouvindo a descrição de uma cena ocorrida no interior de um barco, desses barcos locais, amazônicos, tipo um batelão, com o motor monotonamente trabalhando com sua batida característica. A história passou-se no interior do estado. Anoitecera e as redes já estavam dispostas uma ao lado da outra num aglomerado exagerado porque o número dos passageiros excedia em muito o número de passageiros no uso do barco. É assim que se viaja pelo interior do rio mar. As acomodações são feitas em redes nos passadiços e alocadas uma ao lado da outra, formando fileiras imensas e quase sem condições de tráfico tal a aglomeração. Lá, por volta da 22:00 horas, o toque de recolher. O rapaz ficara em um canto da lateral do barco sentado e recostado à mureta do passadiço e com a lua e o vento da noite a sanefa recolhida prepara-se para dormir ali mesmo, quando uma vozinha feminina, quase inaudível, chamou-lhe a atenção:
- Moço, quer deitar aqui comigo?
Era a voz de uma loura que chamara a sua atenção por seu porte diferente das outras moças e aquele convite era uma tentação. Levantou-se e imediatamente se jogou na rede, procurando uma posição de conforto, tanto quanto a situação lhe permitia. A jovem jogou-lhe uma espécie de lençol que lhe cobriu o corpo todo e para a sua surpresa notou que a moça estava completamente nua, sem roupa alguma. Sentiu o calor de seu corpo o que foi suficiente para excitá-lo. Nesse intervalo de tempo de mexidas e remexidas de preparação sexual o rapaz da rede ao lado, sem notar que a rede vizinha fora invadida e sentindo o roçar pelo balançar da rede vizinha na sua colocou sua mão como não quer nada para dentro da rede da moça e procurava tocá-la.
- O rapaz daí do lado está com a mão dentro de meu lençol querendo me fazer carinho, sussurrou a moça ao rapaz ao seu lado, quase inaudivelmente.
- Quando ele começar a lhe fazer carinho pegue a mão dele e faça-o tocar-me exatamente no meu mastro.
Foi o que ela fez. Excitado pela permissão e antevendo as delícias futuras o rapaz do lado simplesmente ousou aumentar as carícias e de repente sentiu e notou que estava realmente acariciando algo que não era exatamente o que estava querendo e instintivamente puxou a mão num gesto desesperado por ter sido enganado e grunhiu baixinho: - vixe.
Ri que me acabei deste fato. Cuidado com o escuro onde desde sempre ouço:
- À noite todos os gatos são pardos...

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