segunda-feira, 7 de março de 2011

Segunda-Feira de Carnaval.

Segunda-feira gorda. Bom dia para sentar-se e curtir-se uma boa palestra com amigos, e, tão importante quanto, o aroma e o sabor de um bom café. Meio feriado, meio parada a cidade, escolhi, à guisa do shopping, um café aconchegante, no Vieralves, o Franscafé, minha segunda escolha de sabor de café, o primeiro, todos sabem é o Café do Ponto, do Shopping Manauara. Sentados, eu e Miquéias Fernandes, meu amigo, quase irmão, fizemos nosso pedido e logo, sem demora, entra no café outro amigo, esse de infância, o Rogélio Casado, um médico psiquiatra, militante, fundador de tantas causas de cunho social, como a da AIDs, a da nova percepção no tratamento de doenças mentais, a que franquia a palavra às prostitutas, homossexuais e outros tantos trabalhos importantes.
- Alexandre de Souza Cruz Silva... disse ele vindo direto em nossa direção.
- Rogélio Casado Marinho Filho... disse eu, me levantando e abraçando-o para matar a saudade, esta por força de tanto tempo sem nos vermos.
Conversamos sobre todos os assuntos do país, de nosso estado e cidade, as dificuldades pelo qual se passa querendo beneficiar as classes abandonadas, e, quase resolvemos os grandes problemas do país e também do mundo. Rapidamente Miquéias se inteirou, sentindo-se à vontade com a conversa, participando e dando idéias acerca dos assuntos, coisa que ele maneja muito bem.
Há enormes dificuldades para quem milita nessa área social. As igrejas, as guardiãs terrenas das bençãos celestiais, que decepção, em nada ajudam, principalmente as chamadas evangélicas, a não ser que seja a promoção de própria denominação, e, a cidadania, o bem estar real, o ser gente propriamente dito, fica à margem, marginalizando ainda mais essa gente esquecida em todas as horas e que só merecem atenção em horas terríveis, catastróficas. O tempo passa, a caravana continua passando e nada se faz, a não ser em tempo de campanhas.
A semente, ou, as sementes estão lançadas, necessário se faz uma nova linha de frente, uma nova vontade política, onde o cidadão, o homem seja, realmente, o centro nervoso, e, assim sendo possa viver melhor, com acesso à informação, ao incentivo ao trabalho, ao estudo, à cultura e principalmente possa viver em qualquer situação por ele mesmo, conhecendo e convivendo com outros conhecedores da vida.
- E aquele teu problema... Falava de uma ameaça sentida por ele, Rogélio, a algum tempo atrás.
- Estou de dieta severa, está sob controle.
Enquanto ele falava, eu pensava, talvez, de tanto ouvir as mazelas dos outros, ele tenha desequilibrado o incrível conúbio entre a alma e o corpo, e, somatizado tal doença, mas, imediatamente, cortei o fio da meada do pensamento porque ele certamente diria, simplesmente, que eu estava "viajando na maionese". Ri por dentro e perguntei a respeito do tombamento do porto das Lages, e, assim mudei o assunto.
Que bom, pensei. Ganhei o dia, conversando com essas duas ilustres cabeças, e, pensei: ainda bem que não temos o encargo, ou o peso de resolvermos problemas tão complexos como esses, sobre nossos ombros.

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