domingo, 20 de março de 2011

Não quero produzir cismas...

Ontem recebi um e-mail, postado por um grande amigo, de infância, o qual convocava amorosamente os protestantes a entrarem no rol dos que apóiam a preservação das Lages. É uma história que se desenrola há a algum tempo, pois, foi politicamente envolvida, misturando comercialização e má venda de imagem, pois, o porto a ser construído naquele local tão amplamente abençoado por Deus, tal sua beleza natural e por ser também local de desova de peixes, o que naturalmente acontece. A reclamação é justa, não podemos simplesmente aceitar que o particular avilte o social, o total. De imediato, quando recebi o pedido de apoio, via internet, alistei-me no rol dos que repudiam a implantação de um porto, cais, ali naquelas imediações. O movimento logo ganhou força nas partes mais sensíveis da sociedade, como a Igreja Católica, através da Campanha da Fraternidade, seguimentos intelectuais importantes também aderiram ao apelo. Como é contumaz, a Igreja Protestante, para usar o termo de meu amigo, retirando-se algumas denominações sabidamente envolvidas em política partidária, e, que portanto não vêm nenhum problema em fazer parte de políticas nem sempre condizentes com a práxis cristã, se fecha, como um caramujo, ou um tatu bola, em sua carapaça, porque, em seu meio sempre há aqueles que interpretam numa ação como essa a intromissão da Igreja em movimentos políticos, o que não é verdade. Há que se fazer diferença entre ação política, que diz respeito à cidadania e tudo que está embutido na salutar busca de igualdade, fraternidade e liberdade, o que redunda num meio social mais democrático e cristão, no mais puro conceito de cristianismo, e, a mistura maldosa, injusta, com outros meios não cristãos, que só buscam o poder a todo custo.
Fiquei alegre com o levantar do assunto, e, principalmente vindo nesse amoroso pedido de uma pessoa importante na luta a favor de uma sociedade mais justa, seja em seu campo de atuação, é médico psiquiatra, quanto no mais simples exemplo de cidadania ao criar associações, que hoje, Graças a Deus, andam por si só, como a Associação dos Aidéticos do Amazonas, a luta desenfreada pelo fim dos manicômios e uma saúde mental mais humanizada, a luta pelos que sem ter a quem recorrer, como agora recentemente o caso dos haitianos que ao chegar aqui em Manaus, não tinham nada, nem mesmo alimentos e foram socorridos por ele, Rogélio Casado, e outros militantes do bem, empenhados na resolução desses problemas. Chamo isto de amor. Amor desinteressado, cristão, sem ser cristão, puro, porque não visa lucro, ou nada em troca.
Os fariseus ainda perambulam por nosso meio, dão dízimo de tudo, mas, são como covas de cemitério, brancos ou caiados por fora e podres por dentro. Não aceitam saírem de suas redomas, suas pequenas sociedades, sem o deixar que a idéia do amor lhes arrebate o coração, enquanto isso, o objeto de seu pretenso amor cristão está fora da Igreja clamando por ajuda desinteressada, Igreja não vinculada a partido político, capaz de Amar.
Já o agradeci, em seu blog, rogeliocasado.blogspot.com, e, aproveito o meu para agradecer mais uma vez a oportunidade, dada a nós outros, chamados protestantes, de pensarmos e repensarmos nosso papel histórico, uma vez que estamos inseridos em um mundo impiedoso, cheio de artimanhas e de desvios sociais que dependem de nossas atitudes e ações cristãs, às vezes tendo que ser duras como a de Jesus açoitando os vendilhões do Templo e da fé.
N'Ele.

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