terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dia de Alegria.

Estou, novamente em Boa Vista. A formação dos meus pequenos, grandes homens daqui, me dá a impressão de que a distância não é condição sine-qua-non para a desestabilização dos sentimentos e a força de vontade dos que moram longe uns dos outros e que perseguem a necessidade de comunhão permanente entre si, é o que conta. Assim, baseado nisso, na quantidade de vezes que se pode estar juntos é que propus a idéia de quando em vez passarmos algum tempo uns com os outros, daí a origem de minha estada aqui.
Não é verdade que não estou à vontade com isto, pois que, gostaria mesmo que todos morássemos na mesma cidade e de preferência bem pertinho uns dos outros. Os meninos estão enormemente maiores do que o previsto e logo, na ordem natural das coisas estarão de minha altura. O Alexandre Neto, o meu neto mais velho, já ombreia comigo e sua voz dá demonstração de mudança real com momentos de engrossamento, que logo, logo se transforma, rapidamente em um som, com tom agudo, o que, para o menos avisado é engraçado.
Que bom podermos estarmos juntos mais uma vez. A semana toda, deliciosamente, me dediquei à deixá-los e a buscá-los na escola. O Enzo, à guisa de estar dormindo, logo de manhã cedo, diz-me, semi-acordado:
- Vovô, não estou acordado me leva no colo?
- Claro, digo eu; era o que eu queria, então, pacientemente o coloco no colo, curtindo o momento, que sei não é eterno.
Depois de deixá-los aquietados na escola, rumo direto para uma conversa com o "Seu" Jonas, o vigia da escola e o guardador, em todos os sentidos de todos os meninos e meninas que por ali passam.
- Como vai, Seu Jonas?, pergunto eu puxando conversa. O Sr. está melhor? Uma das últimas vezes que aqui estive o sr. estava mais mole que "bosta" de pata. Disse quase me embolando de rir, intimamente.
- Ah! o Sr. não esqueceu isso, heim?, estou bem, Graças a Deus.
Venho embora.
- Olha, mocinha, ainda não está na hora de brincadeiras. Já para dentro... e, assim, sua vida de eterna paciência com aqueles meninos e meninas da escola se efetiva, na compensação, talvez, do que ele não tenha tido em sua infância.
O sol brilha, dando a entender que não haverá chuva, como previra a moça do telejornal. A brisa quente, da manhã, anuncia um dia de muito calor, então, penso que o dia pode ser anuncio de muitas alegrias.

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