quinta-feira, 5 de maio de 2011

Hipocrisia.

Essa enorme vontade de transgredir é muito antiga. Começou, conforme o relato Bíblico, com a morte de Abel por Caim, seu irmão. O motivo: ciúmes do correto que ele não conseguia ser. Inveja de não conseguir ser igual ao irmão, que como nos diz o tal relato, seria justo, com coração justo. Esse tipo de transgressão, violência, vem se perpetuando através dos tempos ainda mais entre os árabes e cristãos. Em nome de Deus se tem matado mais do que se tem ajudado outros semelhantes; as cruzadas, pela libertação da Palestina, as interpretações do Corão de forma beligerante, em ambos os lados a vontade maior de mostrar-se melhor que os outros diante de Deus, Todo-Poderoso. Quanto mais violento, melhor é o indivíduo, a cidade, o estado e o país. A sociedade vibra, ou de maneira sentida, quando o objeto da violência é ela mesma, e, com júbilo quando é outro que não ela. O mesmo observa-se em nível individual, e, o vezo está formado, a cizânia por conta da hipocrisia, do ciúme do homem em relação a Deus; - Senhor, olha para mim, zelo pelo Teu nome, mato todos os que não seguem os meus caminhos. O conúbio da violência com a hipocrisia. Nas igrejas e mesquitas, e, nas reuniões familiares, os beatos, os que foram purificados e estão vestidos de branco, representando a paz e, os que esperam recompensas no Paraíso, no íntimo juram perseguições, mortes, roubos, propinas, formas de lesar o próximo, adultérios, fingimentos, risos abertos, onde todos os dentes são mostrados, mas, por dentro, como dizia J.C., verdadeiros túmulos, caiados por fora e podres por dentro.
Em todos os níveis de relação humana, com pouquíssimas exceções, o paradigma da hipocrisia e da venda de imagem é o que conta. Este quadro, representado agora com a morte de Osama Bin Laden, esta euforia ante a morte de um outro ser humano, nada mais é que a repetição do que aconteceu no dia 11 de setembro de 2001. Em quase toda população árabe, todos, inclusive crianças, foram às ruas e pulando comemoravam a morte de pelo menos quatro a cinco mil pessoas, com o massacre das Torres Gêmeas. Agora, um revides. A morte de Bin Laden, comemorada exaustivamente, alegremente nas ruas dos E.U.A.. Reações iguais, que, retratam a natureza humana tal qual ela é. A busca cristã da santificação, do ser melhor, mostrou que se nivela por baixo.
Um dia desses conversando com uma senhora, trabalhadora, ela raciocinou assim:
- Por que será que os E.U.A. só atacam os países que têm petróleo? Porque será que aqueles que são miseráveis e pobres, não tendo nada a oferecer, são poupados da extrema violência com que os E.U.A. tratam os seus interesses?
Quão insinceros são os corações de nós, os humanos, e, quão grandemente interesseiros são nossos pensamentos. Ah! se Deus, interviesse realmente no mundo: será que há mais de cem justos na terra? E cinqüenta? E vinte? Como em Sodoma e Gomorra:
- Eu, certamente, pouparia a terra, mas, ...
Maranata, Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário